Bill Gates diz que Apple deve colaborar com as investigações do FBI
Policial examinando restos encontrados em veículo usado para tiroteio em San Bernardino, nos EUA. (Foto: Reuters)
A Justiça quer que o aparelho seja desbloqueado para que possa ter acesso aos dados do jihadista Syed Farook
Nova York – O fundador da Microsoft, Bill Gates, concorda com o FBI sobre a necessidade de desbloquear o iPhone de um dos responsáveis pelo ataque em San Bernardino, Califórnia, que deixou 14 mortos em dezembro. A Apple se opôs recentemente à ordem da Justiça norte-americana de burlar o código criptografado do iPhone de um dos jihadistas.
Em entrevista com o jornal “Financial Times”, Gates disse não estar de acordo com o CEO da Apple, Tim Cook, que se nega a ajudar a desbloquear o aparelho, dizendo que coloca questões de segurança em risco. “Este é um caso específico, não geral, no qual o governo pede informações”, disse, comparando o pedido a quando a Justiça exige a quebra do sigilo de alguma conta bancária.
A Justiça quer que o aparelho seja desbloqueado para que possa ter acesso aos dados do jihadista Syed Farook, que, junto com sua esposa, Tashfeen Malik, realizou o atentado. O celular de Farook está protegido por uma senha e após 10 tentativas fica bloqueado completamente, por isso a Justiça precisa da ajuda da empresa. As autoridades acreditam que os dados dentro do aparelho podem ajudar a esclarecer fatos ainda obscuros sobre a ação, assim como revelar se existem mais pessoas envolvidas no caso. Grandes empresas tecnológicas, como Twitter, Google e Facebook se posicionaram ao lado de Cook.
Segundo uma sondagem realizada pela consultoria “Pew Research Center”, cerca de 51% dos norte-americanos acreditam que a empresa de Cupertino deveria colaborar com as investigações. Em comunicado, Cook disse que “o governo pediu que a Apple tomasse um passo sem precedentes que ameaça a segurança de nossos consumidores.
Nós nos opomos a essa ordem, que tem implicações muito além do caso legal”. Segundo ele, criar essa brecha seria muito perigoso e, apesar de o governo concordar com seu uso limitado, “não há como garantir esse controle”.
ANSA
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