SP: Com aluguel vencido, Instituto de Criminalística de Guaratinguetá pode fechar
Contrato venceu em 2015; dono quer devolução do prédio neste mês, decreto estadual que proíbe novas locações impede novo contrato
O Instituto de Criminalística de Guaratinguetá pode fechar as portas, segundo o Sindicato dos Peritos. O contrato de locação do espaço onde o órgão funciona atualmente está vencido desde fim do ano passado e o dono do prédio pediu ao Estado a devolução do imóvel até o fim deste mês. O Estado informou que procura um novo local.
Em 2006, o local foi fechado – à época pela falta de peritos para atender a demanda da região. Os profissionais que atuavam no local foram encaminhados para unidades em Cruzeiro e Taubaté.
O órgão foi reaberto em 2013 no prédio onde funciona atualmente, mas no final do ano passado o contrato de uso do imóvel venceu e o responsável pediu a devolução do prédio. O pedido de locação de uma nova área tramita junto ao governo estadual, mas não há prazo para conclusão.
Segundo o Sindicato dos Peritos de São Paulo, o que trava essa nova locação é um decreto publicado em janeiro deste ano pelo governo paulista que congelou os contratos de locação de novos imóveis para abrigar prédios públicos.
“Desde a reabertura do instituto ele não tem prédio próprio e temos tentado negociar um espaço. Enquanto isso ficamos na incerteza de que continue ou não operando”, diz Eduardo Becker, presidente do sindicato dos peritos.
Caso haja seja fechado, mesmo que temporariamente, as outras unidades ficariam sobrecarregadas, segundo o sindicato. Nesta situação, os peritos ainda teriam o desgaste por ter que fazer longas viagens para chegar aos locais dos crimes.
Apesar das alegações, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) nega a possibilidade de fechamento do Instituto de Criminalística em Guará e alegou que está negociando um novo espaço para atender à demanda do instituto.
Investigação A perícia tem papel importante dentro da investigação de crimes. É a equipe quem coleta material na cena, analisa e acrescenta informações à Polícia Civil. Segundo a SSP, no primeiro bimestre de 2016 foram registrados 24 crimes contra a vida – latrocínio, homicídios e tentativa de homicídio – nesta região.
A regional de Guaratinguetá atende, além da própria cidade, Roseira, Aparecida, Potim, Cunha, Lorena, Piquete, Canas e Cachoeira Paulista. Caso fosse fechada, a equipe que hoje conta com oito peritos, seria lotada em Taubaté e Cruzeiro. A distância entre Taubaté e Piquete, cidade cobertura de Guará, por exemplo, é de 78 km.
Para o delgado Márcio Ramalho, seccional de Guaratinguetá, a resolução dos crimes está ligada à eficiência da equipe de perícia. “A polícia depende dos indícios para não ficar presa às testemunhas e aos documentos. E para isso, é imprescindível que seja feita o mais breve possível”, disse.
G1 Vale do Paraíba
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